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Dom Ademir Moser Renuncia à Diocese de Lages - SC

Veneráveis Irmãos,

Com todo o respeito e consideração, venho à presença de Vossas Excelências Reverendíssimas para expor que, após muito refletir, meditar e orar, tomei uma importante decisão.

Há mais ou menos um ano e meio a dois, minha mãe (atualmente com 85 anos) foi acometida da doença de Alzheimer de início precoce (CID: G300). Em face do avanço galopante da doença, tive que impetrar uma ação de interdição, diante do que fui nomeado seu curador judicial. Não entrarei aqui em detalhes sobre o que essa doença provoca nos pacientes, sobre seus desdobramentos, etc., pois acredito que Vossas Excelências Reverendíssimas já devem ter visto casos semelhantes, lido sobre o assunto, enfim, sabem que é uma doença que provoca não só no paciente, mas naquelas que cercam-no, muito sofrimento. É muito triste, sem dúvida nenhuma, principalmente quando se trata de alguém muito especial, no caso, a mãe da gente.

Esta situação, Senhores, me impossibilita e inviabiliza residir fora de Joinville, seja sozinho ou com minha família e, neste caso, incluindo minha mãe que, por enquanto, reside em sua casa com minha irmã. Em resumo: preciso continuar residindo em Joinville.

Diante do exposto, aliado também ao fato da dimensão da Diocese de Lages – que é todo o Estado de Santa Catarina – e, por conseguinte, as longas distâncias entre uma comunidade e outra, bem como reconhecendo minhas limitações, o peso de que a saúde já não é mais a mesma (tanto que estou em constante tratamento) e a certeza de que há Clérigos mais competentes e aptos para o exercício do governo diocesano, venho pelo presente apresentar, como de fato e de direito apresento, minha renúncia do grau e dignidade de Bispo Diocesano de Lages da Igreja Católica Apostólica Brasileira, com efeitos a partir de agora, ficando assim, a Diocese, a partir de então, sob o comando direto do Augusto Conselho Episcopal.

Sem dúvida de que a pessoa do bispo é necessária na diocese. Entretanto, em face das necessidades, exigências e situação, isto pode ser suprido por um presbítero administrador diocesano, sem nenhum prejuízo para o bom e fiel andamento e continuidade dos trabalhos pastorais. O Pe. Juliano Gell Pires encontra-se já há algum tempo na Catedral Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora Menina e tem desenvolvido uma excelente pastoral. É muito bem quisto pelos paroquianos. Há mais de um ano o nomeei e o empossei Vigário Geral da Diocese. Minha sugestão, Veneráveis Irmãos, é de que ele continue lá e inclusive seja nomeado Administrador Diocesano, pois conhece o povo, conhece a região, nasceu em Lages e tem conduzido muito bem a novena de Santo Expedito, assim como as demais celebrações litúrgicas. O fato de eu estar agora renunciado à Diocese, não significa que eu não queira bem à Igreja: ao contrário. É justamente por reconhecer minhas limitações, que quero que ela seja bem melhor conduzida; por mãos mais competentes. Se não posso fazê-lo, devo então – é uma obrigação – abrir espaço para que outro o faça. Seria um egoísmo de minha parte continuar no exercício do cargo, sabendo que há clérigos bem mais competentes e à altura para bem governar e administrar a Diocese.

Faço esta comunicação desde agora, Excelências Reverendíssimas, objetivando assim a que tomem o devido conhecimento e providências que entenderem necessárias. Acreditem, o Pe. Juliano tem condições para levar adiante os trabalhos, porém precisará muito do V. apoio.

Da minha parte – se não houver nenhuma oposição ou impedimento – continuarei em Joinville, exercendo aqui na região (somente em Joinville) a atividade pastoral como bispo emérito, ou seja, sem nenhum poder de comando, mas apenas rezando missas, batizando, crismando, em harmonia com o Pe. Gildo e o Diác. Osvaldo, até posterior determinação do Governo da Igreja.

Manifesto meus profundos agradecimentos a todos. Não estou saindo da Igreja, mas renunciando o governo/administração da Diocese.

Com todo o respeito e consideração,

Dom Ademir Moser

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