UMA BUSCA PARA A IDENTIDADE CATÓLICA BRASILEIRA SEGUNDO SÃO CARLOS DO BRASIL.

Irmãs e irmãos, católicos e brasileiros, esta reflexão é um pouco de REALIDADE de minha parte em observar como nossos fiéis agem no contexto de pertencerem a uma igreja diferenciada como a Igreja Católica Apostólica Brasileira.

No contexto de muitas conversas com novos fiéis de nossa comunidade, tenho observado que em parte, eles também participam da Igreja Romana, do espiritismo(cardecista ou religiões afro), e até tem gente que da um pulo em alguma igreja evangélica. O interessante é que eles não veem erro nisso. E se formos refletir entre estar nestas instituições citadas ou em nenhuma, sabemos que é preferível que estejam lá, pois pelo menos estão a aprender coisas boas (Deus age em todos locais,ele é um grande pedagogo). Mas este texto propõe uma reflexão acerca de porque parte de nossos fiéis ainda estão LÁ e CÁ.

A maioria dos católicos brasileiros não sabem o que são, mas sabem o que não são: ROMANOS, ESPÍRITAS, EVANGÉLICOS...Não entendem a finco o que significa ser católico brasileiro. Sabem que temos padres que se casam, que fazemos segundo matrimônio, que batizamos sem preconceito, que temos tolerância ao pecador, mas não ao pecado e por aí vai... Falta identidade em nosso trabalho: explicar a História de Fundação (jurídica) da I.C.A.B., mostrar os argumentos de São Carlos, falar sobre a nossa originalidade ligada a necessidade de se viver uma igreja local. Um dos maiores erros que cometemos é presumir conhecimento por parte de nossos fiéis e dos achegados, seja por que motivo for.

Para isso são inúmeras as coisas que podemos fazer, mas algo que tem dado certo em nossa Paróquia de Nossa Senhora das Graças é tornar nossos fiéis participantes e responsáveis por atividades ligadas diretamente à igreja, com formação persistente e apropriada, apresentando todos os dias um pouquinho do que é a ICAB. Não salientando as diferenças com a outras instituições, mas aproximando dos ideais carlistas originários (e não apenas de conveniências, digo isso porque quando alguém quer puxar a “brasa pro seu assado”: sempre apelam para São Carlos, forçando Ele dizer o que nunca disse, pensar o que nunca pensou, e descontextualizando suas opiniões como se a Igreja Católica Brasileira já não tivesse resolvido certas questões teológicas, mesmo que em detrimento do próprio São Carlos do Brasil) e das decisões conciliares que regem o contexto litúrgico, pastoral e social de nossas comunidades.

Temos feito um trabalho incessante de formação teológica, litúrgica e pastoral e apresentado aos fiéis de nossa comunidade como é simples ser icabense, e mais simples ainda poder assumir responsabilidades nos contextos de nossa comunidade. Em 10 meses que estou aqui, e pude observar bem, pessoas que só vinham nas celebrações (assistentes), assumiram ser da ICAB e hoje defendem nossa igreja, pois se sentem parte dela. O espírito paroquial, de pertença a uma comunidade sólida, é o que os faz assim.

Tão logo estejamos iniciando novamente o ciclo de atividades (preparação da agenda pastoral para 2016), estamos preparados para reassumir o compromisso com novos fiéis, não somente os que chegaram, mas aqueles que ainda estão sentados em nossos bancos apenas uma vez na semana. A estes daremos nossas forças para aproxima-los cada dia mais dos Santos Evangelhos,palavra do próprio Cristo,que sempre nortearam o ideal de São Carlos do Brasil que era de ter uma IGREJA-COMUNIDADE , pensante e participativa.

Deus nos ajude.

Dom Antonio Duarte Santos Rodrigues

Bispo auxiliar do Rio de Janeiro-ICAB